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Musical Por​é​m

by Marcelo Callado

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1.
Nascer 01:53
2.
3.
4.
5.
Super Supero 05:30
6.
7.
8.
9.
10.
O Homem Nada 02:31
11.
12.
13.
14.
15.
16.
Fica 03:33
17.
Não Baby 03:18
18.
19.
À Toa 01:24
20.
Adeusdeusa 02:43

about

Companheiro,
recebi teu disco. Música porém. Tuas músicas, rabiscos, letras e
costuras. Fiquei olhando para imagem antes da escuta. Como se ouvisse com os olhos primeiro, fui deixando caminhar devagar até as orelhas, as fendas e curvas do labirinto do corpo. Não é incrível que haja labirinto em nossos ouvidos?
Olha, você tem uma música sobre os sentidos e eu deixando o disco chegar pelos meus sentidos, um de cada vez. Devagar. Os olhos, a vista e a visão do disco, os retalhos, retratos de tua escrita.
As músicas vão me levando por um caminho, como o fio que guia
dentro do labirinto. Labirinto do ouvido e de Dédalus. Arquitetura de
esquinas. E uma linha passando, mas a costura de teu disco junta,
cola, não se trata de guia. Não, não me guia, deixa que eu me perca.
Transitar, deixar-me ir pelas músicas, os sons, as vozes. São tantas
as vozes, tem a tua voz. Marcelo, nunca cantaste tão bem. E as vozes
que ecoam e fazem coro, elas tomam a frente e o meu afeto. A tua
menina, uma cantiga para ela mesma, a tua menina, a menina canta e se você fechar o olho, a menina ainda canta. Jonas, Chacal (se partindo, duplicando e se embolando com o baixo do Bubu) e Rubinho. Como é suave a voz do Jonas Sá quando chega. Baby, não. Não, baby/deixe o meu batom em paz. Uma música meio apelo, as vozes suaves e o apelo triste. Não me deixa a sós com eles. Ela está entre, talvez, as favoritas. Fica e Particípio passado.
A canta desejo/dor/desespero/tesão, o emaranhado do amor. Essa metáfora-órgão que tudo sente, todos os sentidos (o olfato também), tudo toca e é tocado. Coração. Fica, essa música com Ricardo nos sintetizadores, será essa a voz do Ricardo? Aquele chumbo rascante dos sintetizadores dele. Meu amigo, que música! Você sabe de
mim também e de meus afetos, sabe que enquanto você canta Fica, meu amor. Canto baixinho: Vem, meu amor.
Não pude escrever este texto com uma neutralidade crítica. E
sabe? Foda-se a crítica. Basta, como diz outro amigo. Deixa teu disco
se infiltrar tomar minha casa e meu corpo e o corpo dos outros.
Vamos ouvir, tocar, incorporar. Que o teu disco nos possua.
Sabe, não tinha me dado conta ainda que você era poeta. Nas
letras e nos sons, nas tuas batidas e no teu jeito de alinhavar as
histórias, escutas e os amigos.

Na Grécia, no mito, o labirinto era donde não se podia sair. O
seu disco não é assim, dele se sai, mas sai outro, como uma volta de
uma viagem. A gente não volta pra onde partiu. Volta não existe, né? Faz-se uma viagem/colagem de tempos e cantos através do teu disco.
Voltamos outros e pra outros lugares.Por quantas cidades me fez
passar? Por quantos tempos? A poesia concreta está aqui. Lembrei,
claro, dos irmãos Campos, lembrei do Caetano e do Gil, batmacumba. O jogo de palavras e vogais e imagem:

a ave
voa à
toa
e toca todo o oco
do
meu
coco

Lembrei também dos Novos baianos. Sempre teve, né? Alguma coisa
de Novos baianos. Desde o tempo do Carne. Carne de segunda, sua banda de tempos atrás. Tem coisa de quando você escutava Ween, conheci por vocês. Bubu, Ricardo, Benjão, Jonas, Marcos.
Você me pergunta: como sentimos o amor? Bem, não a mim, mas a
quem escuta. E continua: Será que é com o toque? A visão? Os ouvidos? Assim, com essa resposta, vamos nos embaralhando nas letras e sons e imagens. Sim. Muitas imagens. Muitas vozes. As imagens me são mais próximas e talvez por isso tenha começado pela imagem da capa. Talvez seja tudo mentira e o som faça mais parte daqui desta minha vida do que costumava pensar. E o amor. Como escrever sobre este disco sem o amor? Ele está presente nas faixas, as músicas são alinhavadas de amor, maçãs e poesia.
Olha, uma coisa mais, Night Paradise é incrível. Rolling the
letters. Vai levando para muitos lugares, nas lembranças da vida
vivida, das mortes que dividimos. Parece que visito mais uma vez
lugares onde não estive. Uma nostalgia do que não vivi, com Lygia
Clark.
Sabe, tenho pensado pacas nela, mas é outro assunto, talvez no
próximo café. Vamos seguindo, companheiro, rolling the lyrics, the
letters, the mind.

No mais, lhe mando um cheiro bem grande pra nunca mais faltar o
olfato.

Raïssa.

credits

released October 16, 2017

Produzido por Marcelo Callado e Igor Ferreira
Gravado, mixado e masterizado por Igor Ferreira no Estúdio Do Amor entre junho de 2016 e junho de 2017

license

all rights reserved

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about

Marcelo Callado Rio De Janeiro, Brazil

Sou o Marcelo e toquei e toco bateria com: Caetano Veloso, Jorge Mautner, Branco Mello, Nina Becker, Silvia Machete, Alice Caymmi, Ava Rocha, Kassin, Canastra, Rubinho Jacobina, Lafayette & Os Temendões, Lucas Santtana, Jonas Sá, Arnaldo Antunes, Zé Bonitinho, Domingos de Oliveira, Do Amor, Carne de Segunda…….
Agora é a vez de lançar meu novo disco "Hiato".
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